O prefeito Ataíde Vilela reuniu, nesta segunda-feira, os chefes das polícias Civil e Militar no município de Passos para tratar de questões relacionadas à obra paralisada do centro de reabilitação socioeducativa de menores infratores, a “Casa do Menor”. A intenção do prefeito era de obter a colaboração das autoridades policiais para o encontro com o secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana, nesta semana em Belo Horizonte. O titular da Delegacia Regional de Polícia Civil, delegado Paulo Queiroz Ferreira, pediu ao prefeito para encaminhar uma solicitação de vagas em centros de reabilitação no estado para dez infratores.
Ataíde recebeu em seu gabinete o comandante do 12º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, tenente-coronel Leander Tostes, o delegado regional Paulo Queiroz e o delegado exclusivo de roubos, Danilo Gustavo Silva Costa. Repórteres de vários veículos de comunicação de Passos também compareceram à reunião.
Segundo o prefeito, o Estado já sinalizou positivamente com a intenção da Prefeitura assumir o término da obra da Casa do Menor, que está paralisada desde o final do ano Passos. “Já conversei com o dono da empresa responsável pela construção e ele me informou que 70% da obra foram realizados”, disse, reafirmando que o Município tem disponíveis os recursos para pagar os 30% restantes. “A expectativa é da conclusão dessa obra em quatro meses”, acrescentou.
Além da “Casa do Menor”, o prefeito de Passos irá reforçar o pedido, já feito na Secretaria de Estado de Defesa Social, para aumentar o efetivo da Polícia Militar no município e trazer de volta a escola de formação de soldados. Em outra frente, a Prefeitura está elaborando o projeto de lei de criação da guarda municipal armada e o concurso público para a contratação.
Segundo Ataíde, muitas ações já foram feitas pela polícia e pela Prefeitura para dar resposta satisfatória à sociedade em relação aos crimes, especialmente os roubos cometidos em residências, comércio e outros estabelecimentos na cidade, mas falta ao Estado melhorar a estrutura, como a abertura de vagas para criminosos e infratores. “O que complica são os fatos isolados e pequenos eventos criminosos, com os roubos de celulares, por exemplo”, disse.
O comandante da PM concordou com o prefeito e acrescentou que, por não ter um local apropriado para a internação dos infratores, conforme exige o Estatuto da Criança e do Adolescente, muitos deles são reincidentes nas infrações, gerando a sensação de impunidade. “O que a gente precisa é de uma estabilidade, o que só vai acontecer quando tivermos uma punição (para os infratores)”, afirmou.
O delegado regional explicou que a Polícia Civil vem trabalhando para esclarecer os roubos, tendo criado uma delegacia exclusiva somente para a apuração. Essa delegacia é chefiada pelo delegado Danilo Costa, que trabalha com uma equipe de seis investigadores e dois escrivães. Essa exclusividade é importante para esclarecer os crimes e agilizar os inquéritos para que a Justiça possa dar as ordens de prisões de adultos e internações de menores com maior rapidez. “Não adianta só esclarecer os crimes, as pessoas têm que ficar presas”, justificou.
No final da reunião, Paulo Queiroz pediu para o prefeito entregar ao secretário Bernardo Santana uma lista de dez menores infratores para serem internados em centros socioeducativos. O prefeito irá se encontrar com Santana ainda esta semana. Ele só aguarda a confirmação do dia certo.
