O primeiro mutirão de combate ao mosquito da dengue realizado pela Prefeitura após a divulgação do risco de epidemia da doença em Passos terminou com dois caminhões de objetos que acumulam água da chuva recolhidos pela equipe do Núcleo de Controle de Zoonoses, do Departamento de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde. Até um helicóptero foi usado para ajudar a identificar possíveis focos do Aedes aegypti, o transmissor da doença. Em vários bairros foram localizadas piscinas sem manutenção, caixas d’água destampadas, terrenos com mato e estabelecimentos com sucatas de veículos, todos servindo de criadouro do inseto.
Segundo o coordenador do núcleo, Osvaldo Rattis, a situação onde o mutirão foi realizado – jardins Itália, Flamboyant, Canadá e parte do Aclimação – é preocupante, porque as condições em que se encontram inúmeros imóveis são favoráveis à proliferação do vetor da doença. “Realmente, lá está em alto risco de dengue mesmo”, disse. “Nós fizemos um LIRAa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) e recolhemos 43 tubinhos de larvas, sem contar os focos com água parada sem larvas”, acrescentou.
O receio das pessoas de ficarem sem água durante o período de crise de abastecimento levou muita gente a instalar reservatórios sem os devidos cuidados contra o Aedes. Tonéis e caixas d’água foram encontrados no chão, a maioria destampada. Material reciclável, como garrafas plásticas, vasilhames de vários tipos e pneus também foram recolhidos pelos agentes de combate à dengue.
Sobre o receio de falta de água, o prefeito Ataíde Vilela informou diversas vezes que Passos não corre risco de racionamento, porque os sistemas de captação e tratamento estão sendo ampliados, garantindo o abastecimento para a população.
Outro problema que atrasa a inspeção do Núcleo de Zoonoses é a quantidade de casas e construções fechadas. Os imóveis com placas de corretora imobiliária foram anotados para contato posterior da equipe de denúncias, para que os responsáveis liberem o acesso para os agentes.
Moradores e proprietários de imóveis com focos do mosquito foram notificados à Vigilância Ambiental e deverão ser multados por infringir as leis municipais que tratam da obrigatoriedade de manutenção dos imóveis em condições higiênicas adequadas. As multas variam de R$ 150 a R$ 1.500,00.
O trabalho do Núcleo de Zoonoses está sendo reforçado também por cidadãos através de denúncias de imóveis com focos do mosquito. De acordo com Rattis, no sábado, dia do mutirão, aumento o número de denunciantes através do telefone 3522-8149. Os casos informados são averiguados pelos agentes num prazo de 48 horas.
As medidas de combate à dengue foram definidas pelo prefeito Ataíde Vilela na última quinta-feira, depois que ele recebeu da Secretaria Municipal de Saúde o relatório sobre os índices de infestação na cidade, cuja média foi de 4,8% dos imóveis. Esse número coloca Passos em risco de surto de dengue, segundo os parâmetros do Ministério da Saúde. Na região dos bairros Aclimação e Nossa Senhora Aparecida a situação é mais grave, com o índice de 6,3%.
