O rompimento de uma servidão de galeria pluvial na Rua Espírito Santo, Bairro Bela Vista, causou danos irreparáveis em duas casas, colocando duas famílias em sério risco. O prefeito Ataíde Vilela esteve no local junto com a equipe técnica da Secretaria de Obras, Habitação e Serviços Urbanos (SOHSU) para avaliar as condições do local, dar apoio aos moradores e explicar a necessidade de interdição das residências. Os chefes das duas famílias aceitaram as propostas do prefeito e iriam providenciar as mudanças para prevenir danos mais graves ainda.
De acordo com o diretor do Departamento Municipal de Obras, Sirlei Pena de Campos, a galeria que coleta águas de chuva na Rua Espírito Santo rompeu-se no trecho abaixo da Rua Goiás causando infiltração no solo embaixo das duas casas. As residências tiveram suas estruturas abaladas e sob uma delas abriu-se um profundo buraco.
O incidente ocorreu na manhã desta quinta-feira, quando o proprietário, o comerciante Anselmo Felicíssimo Damasceno, começava a desmanchar um fogão a lenha e foi sugado pelo buraco que abriu sob seus pés, ferindo sua perna esquerda. Segundo ele, o problema surgiu após a construção de uma casa num terreno ao lado do seu.
Era por esse imóvel que a água de chuva escoava toda vez que a galeria transbordava. Sem ter por onde sair, a água infiltrava por baixo das residências, retirando a terra aos poucos, causando trincas nas paredes e abrindo o buraco na casa do comerciante.
Com a secretária de Assistência Social, Aline Gomes Macedo, o prefeito conversou com os moradores sobre a gravidade do problema e disse que a única solução seria a interdição dos imóveis, com saída imediata das duas famílias. Numa etapa seguinte, a Prefeitura irá fazer a desapropriação da área para liberar o escoamento da água até um córrego que passa aos fundos da Rua Rio de Janeiro.
“Nós estamos aqui para sermos solidários com esses moradores e garantir a eles a indenização de todos os prejuízos que estão tendo e que venham a ter com essa medida que estamos sendo obrigados a adotar”, disse Ataíde Vilela. “Em nossa administração anterior (2005-2008) tomamos providências para moradores da Rua Boiadeiros que sofriam com enchentes, e com essas famílias aqui da Rua Espírito Santo não será diferente”, afirmou.
ALUGUEL SOCIAL
Até a conclusão do processo de desapropriação, a Prefeitura irá conceder o “aluguel social” para as duas famílias e cobrir despesas extras decorrentes das mudanças de endereço. Com a indenização, as famílias vão poder comprar residências em outros locais mais seguros.
Para o comerciante Anselmo Damasceno, que morava na casa com sua esposa, a solução proposta pelo prefeito e aceita por ele e seu vizinho é correta. “Se for o que ele falou, para mim é boa”, disse. Emocionado, o outro morador, Evaldo Silva, cortador de tecidos em fábrica de confecções, disse que a Prefeitura está resolvendo um problema antigo que afetava a ele, sua mulher e as duas filhas. “O prefeito foi até gente boa em nos propor as condições, e o jeito é nos mudar”, comentou.
OBRAS
Segundo o diretor de Obras, Sirlei de Campos, não foi possível resolver o problema do escoamento das águas de chuva através da Rua Espírito Santo por causa da topografia acidentada do local, que obrigaria a construir uma rede muito profunda. A decisão técnica é desprezar a antiga servidão que passa embaixo das casas e construir uma galeria no meio dos dois terrenos até um córrego aos fundos da Rua Rio de Janeiro.
Esse local também foi visitado pelo prefeito e pelos engenheiros, assim como os buracos da Rua Pará, entre a Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, onde Ataíde já havia conversado com moradores e garantido uma obra definitiva para corrigir a deficiência no sistema de drenagem pluvial. As antigas manilhas de concreto vão dar lugar a galerias com armação de ferragens para suportar o peso da pavimentação e o deslocamento do solo.