O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Passos lançou na última quinta-feira, na Casa da Cultura, um projeto de atendimento psicológico a homens agressores. A iniciativa, que conta com a participação de vários órgãos públicos e entidades filantrópicas, é uma das ações da atenção primária voltada ao sexo masculino e tem relação com a campanha do Novembro Azul, mês de conscientização pela saúde do homem.
O “Projeto Lapidar: dialogando pela paz” tem os objetivos de acolher, orientar, realizar atividades reflexivas, educativas e pedagógicas voltadas para os agressores masculinos, por meio de um trabalho psicológico. Com isso, o Nasf espera chegar a um resultado que ajude o homem a se conscientizar sobre sua responsabilidade no ato agressivo, desenvolver o autocontrole, entender sua importância na sociedade e na relação familiar e repensar seus papéis para adotar “atitudes e comportamentos não discriminatórios em seus relacionamentos familiares e afetivos”, segundo a psicóloga do Nasf Camila Oliveira.
O lançamento do Projeto Lapidar teve as presenças de representantes da Polícia Militar, Nasf, Caps, Creas, UPA, Amor Exigente e enfermeiras das unidades de saúde. “Todos estes setores terão fundamental importância para o desenvolvimento do projeto. Os homens serão encaminhados às unidades de saúde para avaliação e então serão encaminhados para o acompanhamento em grupo”, informa a psicóloga.
Ainda conforme o coordenador, os demais setores públicos – Cras, Creas, Delegacia da Mulher, polícias militar e civil, poder judiciário – e entidades filantrópicas poderão encaminhar os homens agressores para as unidades de saúde de referência. “O projeto visa dar um suporte a esse indivíduo que muitas vezes não o tem, pois necessita de cuidados e acompanhamento sistemáticos”, disse.
A psicóloga defende que “as políticas públicas para os homens devem ser cada vez mais fomentadas no sentido de melhorar o acesso deles ao atendimento e dar o apoio necessário às demandas crescentes, como a questão da agressão, que se dá física, mas também muitas vezes psicologicamente”.
“Esse grupo será contínuo, ou seja, após a alta de uma turma, uma outra logo se iniciará. Além disso, haverá apoio de outros profissionais, como psicólogos, assistentes sociais, enfermeiras, fisioterapeutas etc”, observou Camila Oliveira.