A Prefeitura de Passos realizou nesta quarta-feira (17) uma oficina sobre medidas de combate ao mosquito da dengue para representantes de municípios da região, que atuam na área da saúde. A oficina aconteceu na Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (Ameg), com participações da Superintendência Regional de Saúde – órgão da Secretaria de Estado de Saúde – e dez prefeituras.
Na semana que vem, será realizado um seminário com prefeitos, secretários de saúde e outros gestores para estabelecimento de uma estratégia regional de combate e prevenção ao Aedes aegypti, que vem colocando o Brasil em risco de epidemia também de febres Chikungunya e Zika. A data do evento será definida conforme a agenda dos prefeitos e secretários, com mobilização feita pela Ameg e SRS.
O compartilhamento das ações de Passos contra a dengue foi proposto pelo prefeito Ataíde Vilela, uma vez que a Prefeitura implantou medidas suplementares às orientações preconizadas pela Secretaria de Estado de Saúde Minas Gerais. “Com essa oficina, nós estamos dando uma resposta, fazendo uma coisa dinâmica contra a dengue”, enfatizou.
Uso de helicóptero, contratação do dobro de agentes de combate às endemias, implantação do piso salarial da categoria, trabalho em fins de semana e feriados e até levantamento aéreo de possíveis criadouros do mosquito da dengue são algumas medidas do município passense que vêm afastando o risco de epidemia das doenças transmitidas pelo Aedes.
A coordenadora do setor de epidemiologia da Superintendência Regional de Saúde, Suely Cortez, fez um alerta sobre a ameaça do Zika vírus, cujos sintomas muitas vezes passam despercebidos, mas que, uma vez infectada uma pessoa, suas consequências poderão ser muito sérias, como a microcefalia de bebês que tiveram suas mães contaminadas durante a gestação.
A coordenadora também falou da valorização dos agentes de combate às endemias como uma forma de reconhecimento do trabalho deles e incentivo para o trabalho intensivo contra o mosquito e da parceria dos prefeitos, secretários, vereadores e outros órgãos das prefeituras para a definição e bom andamento das ações.
A secretária de Saúde de Passos, Angelita Dias Borges Orsolini, recomendou que os municípios façam também a declaração de emergência, para que possam ser implantados os efeitos da medida provisória do governo federal, que autoriza a entrada forçada nos imóveis cujos donos recusarem a visita dos agentes.
Segundo o diretor de Saúde Coletiva de Passos, Michael Silveira Reis, “é importante a união de forças” para eliminar os riscos de Dengue, Chikungunya e Zika na região, especialmente por causa dos turistas, que podem trazer, sem saber, algum desses vírus para os municípios. “Nossa região, por causa do turismo, é muito vulnerável à transmissão dessas doenças”, alertou.
No final, cada representantes dos municípios falou de suas experiências e dificuldades de trabalho, como estrutura dos núcleos de controle de zoonoses, número insuficiente de agentes, salários baixos, falta de veículos para locomoção, entre outros.
Para Ataíde, os prefeitos precisam ser convencidos da importância do investimento na estrutura de trabalho, na criação de leis municipais e valorização dos profissionais. Esses são alguns dos assuntos a serem tratados na reunião da semana que vem.
