A Prefeitura de Passos está estudando uma possibilidade jurídica para contribuir com a manutenção do hospital psiquiátrico Otto Krakauer, que está em dificuldades financeiras. Os recém-eleitos presidente e vice-presidente da Fundação Beneficente São João da Escócia, mantenedora do hospital, Audir Ribeiro Abreu e Eduardo Antônio Andrade, visitaram o prefeito Ataíde Vilela, na semana passada, para falarem sobre a situação da instituição e solicitar a ajuda do Município.
O Otto Krakauer terminou o ano de 2015 com um déficit de R$ 780 mil, causado, principalmente, pela diferença entre os repasses do Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento dos pacientes e o custo real do serviço prestado. Segundo Audir Abreu, presidente da fundação, o SUS paga R$ 49,75 por paciente atendido diariamente, enquanto que as despesas ficam em R$ 110, causando um déficit entre R$ 75 mil e R$ 80 mil mensais.
Outras fontes de recursos financeiros do hospital são as doações da sociedade e o lucro com as rifas, mas estas são insuficientes para cobrir a diferença. Segundo Audir e Eduardo, o Otto Krakauer atende pacientes de Passos e outros 156 municípios do sul de Minas Gerais e se cada um deles contribuir mensalmente com um valor proporcional ao número de pessoas que enviam para tratamento, o hospital conseguiria equilibrar suas contas.
De acordo com Audir Abreu, o Otto Krakauer não pode fechar suas portas e colocar na rua 24 pacientes psiquiátricos que residem no hospital por estarem sem condições de alta, sendo que alguns deles sequer possuem família, e outros que são internados para se recuperarem de surtos psicóticos e de crises por conta de álcool e drogas. Nessa situação, o hospital terminou 2015 com 153 pessoas internadas. “Infelizmente, ainda há pacientes que precisam de internação”, disse o presidente.
O prefeito Ataíde Vilela e seus assessores nas áreas de saúde, assistência social e jurídica ouviram os dirigentes da Fundação Beneficente São João da Escócia e os orientaram a fazer o pedido formalmente, para que a possibilidade de contribuição mensal possa ser analisada.
Ataíde explicou-lhes que, por 2016 ser ano eleitoral, a legislação proíbe repasses a título de doação, entretanto, afirmou que a Prefeitura irá encontrar uma forma legal de ajudar o Otto. “Posso garantir a vocês que a Prefeitura de Passos não se negará a cumprir seu papel. Nós não podemos deixar que o hospital feche”, enfatizou.
De acordo com o procurador geral do Município, Adalberto Minchillo Neto, a possibilidade de doação está sendo estudada diante da Lei de Diretrizes Orçamentárias para este ano e deverá ser examinada pelos promotores eleitoral e da curadoria de saúde do Ministério Público Estadual.