A Prefeitura de Passos entregou oficialmente, nesta segunda-feira, o Restaurante Popular “Antônio Pedro Patti” à população. Pouco antes das 11h, quando as portas seriam abertas ao público, dezenas de pessoas já formavam fila para entrar no salão de refeições. A expectativa era sobre o sabor e a qualidade da comida, para que o restaurante torne-se uma referência de comida boa e barata na cidade.
A placa que dá o nome do ex-prefeito Antônio Pedro Patti (gestão 1971/1972) ao estabelecimento foi descerrada pelo atual mandatário Ataíde Vilela, o presidente da Básica Fornecimento de Refeições (concessionária do restaurante), Rafaello Milan, o superintendente regional e o gerente da Caixa Econômica Federal – Marcelo Bonfim e Amarildo Lembi Mascarenhas, respectivamente – e as secretárias Aline Gomes Macedo (Assistência Social) e Sônia Maria de Oliveira (Obras).
Antes da inauguração, Ataíde Vilela falou do trabalho que a Prefeitura teve para concluir a obra e das dificuldades de encontrar uma alternativa para colocá-lo em funcionamento de forma a garantir que o serviço fosse prestado com alta qualidade para a população, sem comprometer o orçamento municipal. “O Restaurante Popular, aqui hoje, é uma conquista para nosso povo”, disse.
Ao discursar, o prefeito agradeceu à parceria com a Caixa Econômica Federal e com os ministérios das Cidades e do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome (MDS, de onde vieram os recursos de R$ 1.463.500,52, para a obra do restaurante popular. “São parcerias que trouxeram grandes conquistas para Passos e que estão à altura da nossa cidade, do nosso povo”, disse.
O superintendente regional da Caixa, Marcelo Bonfim, também discursou, exaltando os benefícios da opção oferecida pela Prefeitura para as pessoas terem uma alimentação de qualidade e a preço baixo. “O restaurante popular é na verdade uma forma de ajudar as pessoas a terem refeição barata”, disse.
USUÁRIOS
Ainda segundo Marcelo Bonfim, uma pesquisa do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística) indica que 34% do público de restaurantes populares são de pessoas com até 30 anos de idade, 31% têm 51 anos ou mais e 31% têm renda de até um salário mínimo. Esse perfil mostra a importância desses estabelecimentos para os cidadãos. “Isso significa que as pessoas avaliam esse programa como uma iniciativa para gerar também emprego e renda”, disse.
O aposentado Antônio Roberto de Oliveira aguardava na fila sua entrada ao Restaurante Popular Antônio Pedro Patti, que tem o nome fantasia de “Bamboo”, dado pela concessionária do serviço. Segundo ele, sua expectativa em relação à comida era grande. “Vamos experimentar, ver como que é o tempero”, disse.
Também na fila, Maria das Graças Souza (aposentada) é outra usuária que não via a hora de almoçar no restaurante: “Espero que seja boa a comida, para voltar sempre”, comentou. “Eu espero que possa atender todas as classes”, observou o ajudante de carpinteiro Fernando Pereira de Jesus.
TERCEIRIZAÇÃO
Segundo Ataíde, a terceirização do restaurante popular é a alternativa que a Prefeitura encontrou para colocar o restaurante em funcionamento, sem comprometer o orçamento municipal e garantir refeições de qualidade e preço justo. “O preço de R$ 6 o prato permite que o restaurante ofereça comida saudável para todos, sem criar mais despesa para a Prefeitura e garantindo à concessionária as condições mínimas para manter um bom serviço na cidade”, disse.
EQUIPE
O restaurante Bamboo emprega 19 pessoas em Passos, segundo o gerente de operações da Básica, Sérgio Amaral. Para treinar a equipe nos primeiros dias de funcionamento, a empresa trouxe o cozinheiro Luiz Ribeiro Ferreira, que atua no restaurante da Universidade de São Paulo (USP) e possui 18 anos de trabalho para a Básica.
Também trabalham em Passos os cozinheiros Paulo Justino Santos e Ednaí Faria Santos, a nutricionista Rita de Cássia Santos Pereira, um açougueiro, um auxiliar administrativo, um porteiro e ajudantes de cozinha.
O horário de funcionamento é das 11 às 15h, de segunda à sexta-feira. Segundo Sérgio Amaral, a cada dia será servido um cardápio diferente, com pratos de acordo com o hábito alimentar da população de Passos e região, como estrogonofe, feijoada e picadinho, acompanhados de arroz, feijão, salada, suco e sobremesa. Antes de entrar, o usuário faz o pagamento no caixa e, se preferir, pode lavar as mãos no lavabo da entrada do restaurante. Após passar pela catraca, a pessoa já pode se servir.
IBOPE
Outros números do Ibope sobre o perfil dos usuários de restaurantes populares nas cidades de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, conforme pesquisa encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e divulgada no ano de 2005: 35% tinham de 31 a 50 anos; 70% eram homens; 27% tinham até o quarto ano do ensino fundamental, 27% até oitava série, 47% possuíam o ensino médio e superior; 39% tinham renda de um a três salários mínimos e 13% mais de três salários mínimos.
